domingo, 13 de dezembro de 2009

Revista da Hora, Jornal Agora São Paulo - Poesia na periferia

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Domingo, 13 de dezembro de 2009
Agora São Paulo – Revista da Hora – Ano 11 – n. 3.920

Poesia na periferia
No Campo Limpo ou em Cidade Tiradentes, 15 endereços para curtir um sarau em São Paulo.

A periferia em versos
por Thatiana Mendes


Rui Mascarenhas, produtor cultural que tem mapeado os saraus da cidade.


Priscila Preta, Zinho Trindade, PH, Michele (em pé); Luiz Henrique, Luca, Augusto e Casulo.

Em vários dias da semana, gente que escreve e lê poesia tem lotado bares e espaços culturais da periferia paulistana. Do Campo Limpo à Cidade Tiradentes, os saraus conquistam diversas gerações de moradores, quebrando qualquer tipo de preconceito e dando voz – em versos – a quem não conta com muita opção de lazer. Sem sair da comunidade e sem desembolsar nada, novos poetas são revelados.

A revista visitou alguns desses espaços e notou que cada um tem sua “cara”, usando diferentes linguagens, como literatura de cordel e hip hop. Com ou sem microfone, em uma casa ou em um bar tomando uma cervejinha, o que todos desejam é compartilhar seus anseios e idéias.

Um dos exemplos de que esse pode ser um caminho para a transformação social é o Sarau da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), que nasceu em 2001 e, atualmente, chega a receber 300 pessoas nas noites de quarta-feira no Bar do Zé Batidão, na Chácara Santana (zona sul da cidade). “A Cooperifa é um movimento independente, que nasceu do povo. Na periferia, não temos teatro, cinema. Eu quis transformar o único local público que temos, que é o bar, em um espaço cultural”, conta Sérgio Vaz, poeta e fundador da Cooperifa (leia mais na pág. 8 e 9). Segundo ele, atualmente acontecem mais de 50 saraus na periferia, muitos inspirados no seu.

José Sales, 32 anos, motorista e poeta, encontrou na poesia um estímulo para se comunicar. “Antes de conhecer o sarau, eu via a poesia como uma coisa muito distante, tinha medo de me expressar”, revela. Lourival Rodrigo da Silva,71 anos, aposentado, soube da cooperifa por uma amiga. Gostou tanto que que virou freqüentador assíduo. “Desde a primeira vez, já fiz sucesso. Não falho, venho toda quarta”, diz ele, que escreve sobre o amor.

Helber Ladislau, 33 anos, acha que recitar também é uma forma de não deixar as obras morrerem. O poeta relembra o início da Cooperifa, há oito anos, quando o encontro acontecia no Taboão da Serra, região onde nasceu e cresceu. “Começou com um pouco mais de dez pessoas, faço parte desde o início”, orgulha-se.

Outro encontro movimentado é o Sarau do Binho, no Campo Limpo, fundado em 2004 por Robinson Padial, o Binho – também o nome do bar que enche a ponto de deixar parte dos freqüentadores das noites de poesia na calçada, toda segunda feira. “Comecei retirando placas de políticos e substituindo-as por poesias. A partir disso, passei a conhecer poetas e a fazer saraus. Em 2004, abri o bar, e a idéia pegou. Sempre tem gente até meia-noite”, comemora.

Para Shidon Soares, 54 anos, artista plástico, poeta e freqüentador das reuniões do Campo Limpo, o sarau cresceu como um movimento da periferia. “É um ponto de encontro no qual a comunidade busca referências e uma relação coma apropria história. Procuram superar as diversidades se reunindo em um ambiente onde pode haver uma troca, em suas mais diversas linguagens.”

Além da poesia, o evento abre espaço para música, dança e filosofia. “Mas tudo à capela, para não incomodar os vizinhos com o som”, fala Binho, que também agita a turma de poetas com outros projetos, como caminhadas culturais e uma “bicicloteca”, espécie de biblioteca itinerante sobre rodas que empresta cerca de 400 livros para os interessados.

Paulo Nascimento de Oliveira, 36 anos, o Pow, levou seu rap para o bar. “Na primeira vez que fui, tive receio, pois achava que o rap não era poesia. Depois, descobri que o Sarau do Binho agrega vários estilos, desde o samba até o cordel. Aqui é o espaço ideal para a manifestação das pessoas que a mídia chama de “menos favorecidas”, afirma ele, que mistura seu rap com embolada, repente e ragga e usa seus versos, também, para a crítica social. “Lutamos contra qualquer tipo de preconceito”, fala.

Já o Sarau Elo da Corrente, em Pirituba, criado em 2006 pelo casal de poetas Michel Yakini e Raquel Almeida, tornou-se um espaço de convivência para a comunidade, que criou intimidade com o microfone e encontrou um meio de se expressar.

Messias Aparecido da Silva, 50 anos, autônomo, realiza um sonho lendo os textos no Elo da Corrente, onde pode resgatar uma paixão de infância. “Desde criança sou apaixonado por poesia. Quando recito vem muita emoção. Agora, o que eu mais quero é publicar um livro”, diz ele, que escreve sobre temas como o amor e a preservação da natureza.

A boa notícia, para quem gosta de saraus, é que o número de reuniões desse tipo não para de crescer (a revista traz hoje 15 pontos de poesia na capital e na grande São Paulo).

De acordo com a Poiesis, Organização Social de Cultura que administra a Casa das Rosas e o Museu da Língua Portuguesa e que tem o projeto de mapeamento dos pontos de poesia da cidade, só neste semestre foram descobertos pelo menos 18 novos saraus. “vemos que muita gente estase sentindo estimulada pelo mapeamento, e o número de pontos de poesia não para de aumentar. Nossa idéia é mostrar que São Paulo é uma cidade da poesia”, diz Frederico Barbosa, diretor da organização.

Para Roberto Nalini, presidente da Academia Paulista de Letras, é muito saudável esse crescimento. “São Paulo é uma cidade com excesso de pessoas e cada vez mais imprevistos. A poesia é uma janela para o sonho, um ponto de fuga para as pessoas não ficarem loucas”, afirma.

Nalini conta que esses encontros surgiram quando a distração era o contato pessoal, e a tendência é um retorno aos “bons tempos”. “O sarau desperta um sentimento de pertencimento à cidade. O resgate mostra que não é preciso viver como uma manada.”

“Temos de mostrar os valores culturais da nossa comunidade. Às vezes, somos tão grandes, tão grandes, que não sabemos quem somos”. Oswaldo Lucas Moreira, 55 anos, do Elo da Corrente.

Roteiro dos Saraus

1 - Encontro de Utopias

Reúne artistas e promove o diálogo com moradores de rua. Aberto à participação do público. Acontece mensal e quinzenalmente em dois pontos fixos, mas também circula por outros locais. Hoje, às 13h, o grupo participa do lançamento do Mapa das Artes da Cidade Tiradentes. Na Estação da Juventude (r. Pedro Lovine, 161, Cidade Tiradentes, tel. 0/xx/11 174-6840). Entrada Gratuita.

No último domingo do mês. Contatos Encontro de Utopias

2 - Sarau da Camarilha

Valoriza a produção autoral e tem o objetivo de mostrar o trabalho de pessoas que, muitas vezes, não encontram espaço para divulgar sua arte. Mescla música, literatura e teatro e permite a recitação livre de poesias. Abre com música, recebe poetas e conta com uma apresentação teatral de dez minutos.

No segundo sábado do mês, às 20h. Contatos Sarau da Camarilha

3 - Sarau Elo da Corrente

A idéia do sarau surgiu em 2006, a partir do programa “Voz da Periferia”, apresentado pelo casal de poetas Michel Yakini e Raquel Almeida na rádio comunitária ‘Urbanos FM’, ao lado do bar do Cláudio Santista. Os dois comandam o encontro no local, que se tornou um espaço de convivência para a comunidade. Aberto a todos os interessados.

Quinta-feira, às 20h30. Contato Sarau Elo da Corrente

4 - Sarau da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia)

O Sarau começou em 2001, no Taboão da Serra, com pouco mais de dez pessoas. Há sete anos, mudou-se para a Chácara Santana e chega a receber 300 pessoas em uma noite.

Quarta-feira, às 21h. Contatos Sarau da Cooperifa

5 - Sarau Espaço Volume 10

O objetivo do encontro, que começou em maio deste ano no bar volume 10, é apresentar os artistas da região da Cidade Tiradentes. Mistura literatura e música e propõe temas, mas também abre espaço para leituras livres.

No terceiro sábado do mês, às 21h. Contato Sarau Espaço Volume 10

6 – Sarau do Binho

Desde de 2004, artistas de diferentes estilos lotam o Bar do Binho e a calçada da esquina onde ele se encontra. O espaço é aberto a todos que queiram recitar suas poesias ou textos de outros autores. A maioria dos textos lidos é autoral. Às vezes, o local também promove um sarau erótico.

Segunda-feira, às 21h. Contato Sarau do Binho


Intencional
Zé Carvalho, 46 anos, poeta do Sarau do Binho

Sim. No meu braço,
Algo de intencional
Quando te enlaço e te
estreito
é tudo tão bom
É divino
sinto fluir e emanar
uma energia
transcendental
Nos laços destes regaços
me refaço
me reinvento, me revitalizo
E é preciso. Eu preciso

Viajo por vértices
horizontais
horizontais verticais
Viajo ainda mais. Vou
além, além
Se há guardiões à minha
espera
eles que aguardem
E que os anjos
enlouquecidos digam:
Amém



Sérgio Vaz faz história ao levar poesia à periferia.

“Comecei a ler por influência do meu pai, que era um leitor voraz. Os livros, apesar da vida simples, sempre foram fartos na minha casa”, Conta Sérgio Vaz, 45 anos, fundador, ao lado do poeta Marcos Pezão, do Sarau da Cooperifa. Em 2001, durante encontros em um bar no qual lia poemas com seus amigos, Vaz conheceu Pezão, que, por sua vez, tinha um amigo que era proprietário de um bar.

Na ocasião, o amigo cedeu o espaço para que os dois promovessem uma noite dedicada à poesia, toda a quarta-feira, no Taboão da Serra (a 30 km de São Paulo).

O que começou com cerca de 17 pessoas hoje lota o Bar de Zé Batidão, na Chácara Santana (zona sul de São Paulo), e tornou-se referência para vários outros saraus. “Criamos cidadania por meio da literatura. Não queremos transformar as pessoas em poetas. A idéia é de que as palavras despertem o interesse pela leitura. Tem gente aqui que voltou a estudar por causa da poesia.”

Ele, já trabalhou como assessor parlamentar, vendedor e auxiliar administrativo, hoje se dedica integralmente à literatura. “Faço oficinas de poesia nas escolas de Taboão da Serra, dou palestras, participo de eventos. Vivo de e para a poesia”, diz ele, que nasceu, cresceu e vive no município.

Entre os seis livros publicados pelo poeta, o mais recente é ‘Colecionador de Pedras’ (Global Editora). “O livro é um resumo dos meus vinte anos de poesia.” Sobre o seu estilo de escrever, ele gosta de defini-lo como ‘literatura periférica’. “Alguns chama de ‘literatura marginal’, mas acho que esse nome remete aos anos 70 do Chacal [poeta da literatura marginal que despontou nos anos 70], retrata outra turma, não a nossa.”

Apesar disso, Vaz diz que não se defende com a definição. “Não tem problema chamarem de ‘literatura marginal’, mas ‘literatura periférica’ nos representa geograficamente. Prefiro chamar assim porque gosto do lugar de onde eu venho, que é a periferia”, explica. “A literatura que fazemos não tem padrões, regras ou estéticas definidos. Falamos dos nosso cotidiano e da realidade em que vivemos”, completa Márcio Batista, 44 anos, também poeta da Cooperifa desde sua fundação.


“O sarau é um espaço de troca para as pessoas se encontrarem e se conhecerem, uma forma de reunir a galera que trabalha com poesia, teatro e música” Berimba de Jesus, 28 anos, poeta do sarau Récita Maloqueirista.

7 – ZAP! Zona Autônoma da Palavra

O sarau surgiu há um ano com a idéia de abrir espaço para as diferentes maneiras de apresentar poesia. É aberto a músicos, poetas, repentistas e outros artistas. Em todo evento, acontece uma espécie de batalha de poesia, na qual o melhor poema é escolhido, e a pessoas que o recitou é chamada de “zapeão”, em uma brincadeira com a palavra campeão. Hoje, às 16h, o ZAP! Promove uma edição especial do sarau com os “zapeões” vencedores de de 2009. Será na Casa das Caldeiras (Av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, tels. 0/xx/11 3803-9396 e 0/xx/11 7737-9565), com entrada gratuita.

Na segunda quinta-feira do mês, às 19h. Contatos ZAP!

8 – Sarau do Rap

Fundado a mais de dois anos pelo poeta Sérgio Vaz, do Sarau da Cooperifa, pretende incentivar a criação poética, sob o lema “Rap é Ritmo e Poesia”, significado de rap em português. Realizado em parceria com a Ação Educativa, é dirigido a rimadores, que declamam suas letras em música.

Na última quinta-feira do mês, às 20h. Contatos Sarau do Rap

9 – Récita Maloqueirista

Os poetas Caco Pontes, Berimba de Jesus e Pedro Tostes, integrantes do coletivos Poesia Maloqueirista, apresentam o sarau que é mensal. O Encontro conta com convidados e a participação do público.

No último domingo do mês, às 17h. Neste mês, excepcionalmente, o sarau acontece hoje e marca o lançamento de uma coletânea independente de autores brasileiros, chamada “Eixada”.

No último domingo do mês, às 17h. Contatos Récita Maloqueirista

10 – Sarau da Casa

A cada edição, são convidados dois poetas de estilos diferentes, com o objetivo de mostrar o que está sendo produzido atualmente. O público também pode recitar seus poemas (autorais ou de outros autores). No encerramento, acontecem apresentações musicais.

No terceiro sábado do mês, às 19h. Contatos Sarau da Casa

Manifesto
Sérgio Vaz, da Cooperifa e do Sarau do Rap

É preciso sugar da arte
Um novo tipo de artista: o artista cidadão
Aquele que na sua arte
Não revoluciona o mundo
Mas também não compactua com
A mediocridade
Que imbeciliza o povo
Desprovido de oportunidades
Um artista a serviço da comunidade, do país
Que armado de verdade, por si só,
Exercita a revolução.


"os saraus e os movimentos literários que acontecem em São Paulo são a pura e a legítima organização da periferia, que antes não tinha a chance de mostrar o seu trabalho” Ademiro Alves, 26 anos, conhecido como Sacolinha, escritor e coordenador literário da prefeitura de Suzano, do sarau Pavio da Cultura.

11 – Sarau Quatro Dedos de Prosa

O encontro que acontece a 12 anos, define no início do ano os temas de cada mês. No fim de cada sarau, depois das apresentações temáticas, há um momento dedicado a recitação de poesias e de contos, que podem ser de artistas novos ou consagrados.

Na segunda terça-feira do mês, às 15h. Contatos Sarau Quatro Dedos de Prosa

12 – Sarau Pavio da Cultura

Reúne literatura, musica, teatro e artes plásticas em um centro cultural de Suzano. O encontro já virou tradição na cidade. Também promove lançamento de livros.

No segundo sábado do mês, às 20h. Contatos Sarau Pavio da Cultura

13 – Sarau do Povo

O encontro sempre propõe um tema, a cada edição, e tem como objetivo oferecer um espaço cultural descontraído para estimular a leitura na comunidade de Diadema. O próximo sarau acontece em janeiro, com o tema hip hop.

No segundo sábado do mês, às 18h. Contatos Sarau do Povo

14 - Sarau de Arte e Poesia

Aberto a qualquer tipo de arte, reúne em um bar, poesia, música e teatro, e possui um espaço dedicado ao desenho.

No segundo domingo do mês, às 18h30. Contatos Sarau de Arte e Poesia

15 – Sarau Palmarino

O foco do sarau, que acontece mensalmente, é fortalecer a cultura negra por meio da poesia, da música e da dança.

No último sábado do mês, às 20h. Contatos Sarau Palmarino

O que desejas construir?”
José Luís de Freitas, do Sarau do Povo

Não vejo possibilidade
Enxergo a sua verdade
E moribunda como és
Creio ter vontades absurdas
E vê no ócio infecundo
Algo que não vejo
Por ideologismos tolos
E bobagens feministas
Extremamente ultrapassadas
O que irás construir berrando
Sem objetivo pela rua?
Fizeram alguma poesia, arte...
Pelos seus atos
Nem atores são lembrados
Foram imortalizados
Por sua obra
Quem muito reclama
Não ama no morro
Não dança no asfalto
E na passarela não samba


Buzo é mais uma das vozes da periferia

Morador do Itaim Paulista, na zona leste, Alessandro Buzo, 37 anos, retrata, por meio da literatura, e das artes visuais, a comunidade onde vive. É diretor do filme “Profissão MC”, em parceia com Tony Nogueira, uma ficção gravada em seu bairro. Também apresenta um quadro na Cultura, no programa “Manos e Minas”, chamado “Buzão Periférico”.

Apesar de estar envolvido em várias atividades, entre elas palestras pelo país, não deixa de freqüentar os saraus pela cidade. “Viajo bastante, mas não vou largar as minhas raízes, vou na “quebrada” para ver as pessoas declamarem suas poesias. Petas que estão começando me perguntam como fiz para publicar os meus livros, querem informação”.

Antes de se tornar escritor, ele trabalhava como vendedor. Lançou seu primeiro livro, “Ferrovia Nua e Crua”, em 2000. “Virei escritor por acaso. Queria falar sobre a dificuldade de usar a linha de trem que hoje se chama ‘linha 12 – Safira’ (CTPM). Comecei no meu bloquinho, lia para minha mulher.”

Na época, o computador ainda não tinha chegado à periferia. Um amigo de Buzo digitou o texto para ele, que distribuiu no trem cópias em folha sulfite. Apesar das dificuldades para encontrar uma editora que publicasse seu primeiro livro, Buzo foi conquistando o seu espaço e já tem cinco trabalhos editados. “Sou um dos autores da ‘literatura marginal’ que mais publicou.”

Buzo tem cinco livros lançados


Tradição familiar

“cresci em um teatro, quando vi já estava trabalhando com arte”, diz Zinho Trndade, 26 anos, músico e poeta. Bisneto de Solano Trindade (morto em 1974), um dos fundadores da Feira de Arte de Embú e autor da música ‘Mulher Barriguda’, sucesso dos secos e molhados, ele conta que freqüentava vários saraus de São Paulo, principalmente o da Cooperifa e o do Binho. “Faz cinco anos que freqüento vários locais. No da Cooperifa falam que sou do Sarau do Binho e no do Binho dizem que sou da Cooperifa [risos], mas gosto bastante dos dois. Para ele, esses encontros estão tomando conta da periferia e mudando a cara de alguns bairros. “Há três anos não tinha metade do que tem hoje. Muita gente que não tinha contato com a leitura, com a poesia, agora tem. Tornou-se um hábito nas zonas sul, leste, norte.”

Além de freqüentador, Trindade também organiza alguns eventos, principalmente com a comunidade de Embú, onde sua família mantém um espaço. Na cidade, ele dá oficinas de capoeira, percussão, hip hop e danças populares no Teatro Popular Solano Trindade.

Zinho Trindade é freqüentador dos saraus da cidade e vê com entusiasmo o crescimento.
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