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23/01/2010Crescimento de saraus espalha poesia por São Paulo
Fabiana Rewald - da Folha de S.Paulo
A poesia chegou a São Paulo já na sua fundação. Padre José de Anchieta, além das cartas de valor histórico, também escrevia poemas. De lá para a cá, a poesia sempre acompanhou os principais movimentos de mudança da sociedade e agora deixa de ser uma ferramenta exclusiva da elite e se espalha em saraus tanto no centro quanto na periferia.
Veja o mapa dos saraus
Percebendo um crescimento da atividade poética na cidade, a Poiesis (organização social que administra a Casa das Rosas e o Museu da Língua Portuguesa) decidiu mapear os pontos em que acontecem saraus. Chegou a um total de 60, ao expandir o levantamento também para algumas cidades da região metropolitana, do interior e do litoral.
Os eventos foram divididos por dia da semana e podem ser conferidos em um folheto que será distribuído neste domingo (24) no parque Ibirapuera (zona sul). Na ocasião, o gramadão da praça da Paz recebe uma programação que vai das 10h às 17h30 e conta com convidados como Lirinha (vocalista do Cordel do Fogo Encantado) e do rapper MV Bill.
Apresentam-se ainda organizadores de diversos saraus paulistas, que darão uma mostra das diferenças encontradas entre eles. Alguns têm música, outros têm teatro e há os que contam até com palhaços como mestres de cerimônia - é o caso do Sarau do Charles, que acontece em Pinheiros (zona oeste) na terceira sexta-feira do mês.
Frederico Barbosa, diretor-executivo da Poiesis e diretor da Casa das Rosas, lembra ainda as diferenças na condução dos saraus. "Alguns são conduzidos com mão de ferro, outros são mais livres."
Nos mais descontraídos, o participante não precisa se inscrever nem ser convidado para ler a sua poesia. Nos mais rígidos, só ganha a palavra quem for chamado pelo organizador.
A professora aposentada Dóli de Castro Ferreira, 79, participa sempre dos saraus da Casa das Rosas, onde apresenta suas poesias e ainda faz amigos. "É um espaço muito convidativo."
Há também os saraus fechados, como os que acabam de chegar à Fundação Casa, a antiga Febem, e podem ser frequentados apenas pelos adolescentes internados.
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Veja a matéria na Folha:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u683409.shtml .
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