quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Círculo Palmarino em sua nova sede nacional!


Círculo Palmarino inaugura sua nova sede nacional
Por Imprensa Palmarina

"Eita negro! - Quem foi que disse que a gente não é gente? Quem foi esse demente, se tem olhos não vê."
Solano Trindade
Seguindo a tradição de fazer de Embu das Artes um pólo de cultura e tradições afro-americanas, que tem em Solano Trindade seu ápice, nós, do Círculo Palmarino, inauguramos na noite do sábado, dia 26/09, nossa nova sede nacional, no bairro do Jardim Kennedy em Embu das Artes, com o seu 8º Sarau Palmarino.

Durante toda a noite cerca de 80 pessoas entre militantes do Círculo Palmarino, militantes de movimentos culturais da periferia da grande São Paulo e autoridades prestigiaram nosso evento e foram presenteados com muita poesia, música e expressões teatrais.

Juninho
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O evento foi aberto pelo Coordenador de Finanças do Círculo Palmarino, Juninho, que disse: “nossa sede será um novo Quilombo Urbano a lutar contra a faxina étnica de nosso povo”.

Foi com muito orgulho que o Círculo Palmarino recebeu os grupos de Hip-Hop da grande São Paulo Z’África Brasil, Produto Loco, Família Jihad, Liberdade e Revolução e Anexo Verbal, abrindo espaço para que estes expressassem sua visão de mundo sobre a periferia de São Paulo e sobre as desigualdades presentes nesta.

O grupo Anexo Verbal, com participação de Gaspar, do Z’África Brasil, apresentaram sua nova música, chamada Abolição Inacabada “Quem que tem é voz? É nós. Guerreiros envolvidos? É nós. Família Quilombola? É nós. Anexo Verbal? É nós.”, foi o refrão que todos aprenderam com a apresentação do Anexo Verbal.

O deputado federal Ivan Valente, PSOL/SP, também deu os parabéns pelo trabalho realizado pelo Círculo Palmarino e colocou seu mandato a disposição para subverter a Casa-Grande em Brasília com nossas ações.

Outras autoridades também foram se expressar poeticamente no Sarau, como Miguel Carvalho, presidente estadual do PSOL/SP, que declamou um poema de Augusto dos Anjos.

O Coordenador Nacional do Círculo Palmarino, Gilbertinho, sintetizou bem nosso sentimento “Embu das Artes é o símbolo do Círculo Palmarino, pois está enraizado nos territórios negros urbanos, ou seja, está aonde nosso povo está”.

Também vieram prestigiar nosso Sarau alguns malungos do Coperifa, como Marcio Batista, da Casa Brasil, Nil do Reggae, e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme.

O Sarau também recebeu os integrantes do projeto POESIS, que vem mapeando os sarais no estado de São Paulo, Cristina Nolli e Rui Mascarenhas, que demonstra o reconhecimento do trabalho feito pelo Círculo Palmarino, expressado em nosso sarau.

Na primeira metade do século XIX, no Rio de Janeiro, era comum se utilizar a metáfora da Hidra de Lerna para se referir os vários quilombos surgidos na capital do Império. As autoridades policiais reprimiam uma comunidade quilombola, surgiam várias. O sistema escravista estava sendo posto em cheque e a repressão estava atolando no pântano, que eram as comunidades quilombolas que se formavam e se multiplicavam na cidade.

A metáfora representa o sentimento do Círculo Palmarino com a inaguração de sua nova sede. Somamos-nos a uma série de manifestações político e culturais surgidas na periferia da grande São Paulo que surgem com o intuito de se rebelar contra o racismo e a opressão de nosso povo.
Com o Àse de nossos ancestrais, o Círculo Palmarino agradece a todos que participaram de nossa atividade e termina seu relato sobre o evento com o refrão da música do Anexo Verbal, Profissão MC, “Eu vim para mostrar que a Revolução está além do palco, ela é feita na ação”.

Maykon Rodrigues dos SantosCírculo Palmarino
http://www.circulopalmarino.com.br/
Ação Popular Socialista

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