sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Sarau do Metrô - A estação da poesia, por Sérgio Vaz

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Cooperifa - estação da poesia - Sérgio Vaz

Povo lindo, povo inteligente, ontem (25.08.09) o Sarau da Cooperifa se apresentou na estação Santa Cecília do Metrô, a convite da POIESIS, que é quem coordena o projeto. Agradecemos a homenagem.


Foi um dos saraus mais emocionantes que nós já fizemos dentro destes quase oito anos de poesia na periferia, e olha que nós já rodamos por aí.


Imaginem vocês que os trabalhadores e trabalhadoras iam saindo dos trens e sendo recebidos com a poesia produzida com o mesmo suor que se lapida o cotidiano deste povo simples e maravilhoso que sustenta este país. Nada mais justo. E se fizermos as contas, foi mais ou menos assim: Poesia + Suor do trabalho = Cooperifa.


O mais impressionante que a gente achou que pela correria paulistana ninguém ia se atentar para o sarau, que nada, as pessoas foram parando e curtindo os poemas duros recitados pelos poetas da quebrada. Identificação total.
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Quando vejo estas cenas não consigo entender como é que ainda tem gente que fala que o povo odeia ler. A pergunta que não quer calar, se odeia, por que? E ganha com isso? Não é teoria da conspiração, estou há vintes anos trabalhando com poesia na periferia, sei do que estou falando, é teoria da transpiração.
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Acredito que as pessoas não sabem que gostam, e o o nosso trabalho é justamente este, avisar que "nós gostamos de literatura", e que a literatura não dever ser mais o pão do privilégio.
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E falando em pão, vai vendo a ironia do destino, nós, os iletrados, os fodidos, os malquistos, os maltrapilhos, os malcoopreendidos, os malnutridos e destentados, é que estava repartindo o trigo que faz o biscoito fino que a massa não come!

Jussara, Cristina Nolli e Frederico Barbosa
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Ontem a poesia que chegava aos ouvidos desta massa trabalhadora cumpriu seu papel social, e como diria o poeta Ferreira Gullar: "... Só é justo cantar quando o seu canto arrasta consigo pessoas e coisas que não tem voz."

Um sorriso no rosto e os punhos cerrados,
Sérgio Vaz Vira-lata da literatura

veja as fotos do sarau da cooperifa no metrô no blog:.
http://www.colecionadordepedras.blogspot.com/
www.twitter.com/poetasergiovaz"
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Um comentário:

  1. São Paulo! Comoção da minha vida! Faço minhas as palavras de Mário de Andrade quando sinto a minha cidade uma ebulição de poesia.
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